quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Bor-bo-le-ta

borboleta
(ê) [Do lat. *belbellita <>
Substantivo feminino.
1.Zool. Designação comum aos insetos lepidópteros diurnos, cujas antenas são clavadas. As larvas das borboletas não tecem casulos, passando o período ninfal sob forma de crisálidas.
(...)
5.Ferragem com feitio de borboleta, fixada nas ombreiras, para manter suspensas as folhas das janelas de guilhotina.
(...)
9.Fig. Pessoa inconstante, volúvel.



Dia desses olhei para o ar a procura de belezas fitar
Dentre flores, mil perfumes e cores, Borboleta mostrou-se sem pudores;
Belas asas não param de bradar. Acho que ela quer me agradar.

Entre bétulas, antúrios e lírio, seu voar me era um colírio.
Borboleta gracejava com ardor; no Sol batia e refletia mui amor.
De mansinho, num jeito bem rítmico, Borboleta conquistou todo meu límbico.
Minha vida fez-se dia e Sol. Tenho agora pelo que lutar em prol.

Borboleta voou lá pra frente, e contou para bicho e gente o quanto ela estava contente,
E mostrou-nos a todos os seus dentes.

Mas a cobra, um dia, acercou, e a maçã de satã me ofertou.
Peguei, eu sei. Eu errei. Borboleta, de mim, afastei. De sangue suas asas borrei.
Arrependida partir a chorar. Só com a perda para valorizar.
Sol apagou, alegria fugiu. Manto escuro a tudo cobriu.

Vez ou outra vislumbro um brilhar. É Borboleta, singela e divina, a se aproximar.
És um Anjo a tudo zelar. Escusou que fui eu a pecar?
Descobri um conselho de irmão: o amor é paixão + paixão.
Chega forte e resiste a um canhão.
Mas como o mais puro cristal, ele racha e não volta ao natural.
Obrigada, Borboleta realmente amiga. Superar meu avesso espero que consiga.

Sempre que a vejo, mesmo de relance, oro a Deus, mô Deus, por mais uma chance.
“Sê minha, Borboleta. Quero-te toda, barba e letra”

(05/08/2008)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Será que ele é?

autismo
[De aut(o)-1 + -ismo.]
Substantivo masculino.
1.Psiq. Fenômeno patológico caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo.

Hoje li, na camiseta de alguém da faculdade, a palavra “Asperger”, e depois vi que estava escrito “Argenper”. Aí sacudi a cabeça e pensei: não, caí naquela “pegadinha” de ler a primeira e última letras de uma palavra e supô-la inteira (asopsto que vcoê tmébam já leu agulma ciosa a reepsito). Outra balançada de cabeça colocou meus pensamentos no lugar mais fidedigno (acho) com a realidade: de acordo com a teoria psicanalítica, na verdade, eu queria ler Asperger. Que? É! Devo ter associado, no pré-consciente, o comportamento da pessoa com a dita Síndrome.

Pra quem não sabe, a Síndrome de Asperger (SA) é uma “doença social”, de predominância masculina, intermediária entre a pessoa dita normal e aquela autista. A AS tem como características básicas os problemas de comunicação, de interação interpessoal, e seu portador tem interesses específicos em um tema em detrimento de outras atividades... É ou não é ele? Tá, não é, mas algumas características realmente batem...

Na minha outra faculdade tive contato diário, por um ano, com um portador da SA. Ele era o que a gente chama de “paciente de livro”, ou seja, apresentava todas as características dos estudos teóricos, tal como são elencadas nos livros científicos. Meu pai, sagaz que só, e neurologista também ( =P ), identificou-o no ato! Mas ele não era o paciente que víamos no ambulatório, e sim um colega de sala. Alunos e professores passaram maus bocados com sua agressividade, incapacidade de ver-se no outro, todos os TOCs e cacoetes.

Você suspeita que seu vizinho tem Asperger? Quer saber mais sobre esta síndrome? Joga no scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-44462006000500002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

terça-feira, 8 de abril de 2008

Epitáfio

paixão
[Do lat. passione.]
Substantivo feminino.
1. Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão;
2. Amor ardente; inclinação afetiva e sensual intensa;
3. Afeto dominador e cego; obsessão;
4. Entusiasmo muito vivo por alguma coisa;
(...)
7. Desgosto, mágoa, sofrimento;
(...)
9. Disposição contrária ou favorável a alguma coisa, e que ultrapassa os limites da lógica; parcialidade marcante; fanatismo, cegueira:

Nossos olhares não se vêem mais.
Nossos amores não se palpam mais.
Confluência de vergonhas, vergonha!
Somos estranhos íntimos, com o sabor da pele tão próximo;
Somos estranhos próximos, já tocamos as vergonhas.
Antes ouvia seu coração, num doce bater, ao me ver;
Hoje é pura amargura e desprazer, de você, por você, com você...

Já trocamos juras de amor, meu amor,
Não foi mais que uma tênue paixão, um borrão;
Afogados em erros, flutuando no mundo da imaginação
De Platão.
Perdidos no espaço que vai do límbico ao coração
Lá estão, meu amor, meu amor e sua paixão

Estranhos tão próximos e tão íntimos
Que dá vergonha lembrar das vergonhas,
E do desespero em sufocar de amor um amor tão etéreo.
Ainda arrepio quando te vejo, sem mais paixão, não;
Este, meu amor, é o paladar da desilusão.
Já passamos do começo do fim, agora não há mais solução,
Só me resta lembrar de thi ao olhar um pelúcia e vestir um cordão.
Ex-paixão.