escolher
[Do lat. Excolligere]
[Do lat. Excolligere]
1. Separar segundo qualidade,
tamanho, cor etc.; selecionar, classificar.
2. Separar impurezas ou produto
de má qualidade de.
3. Dar preferência a, entre
coisas da mesma espécie: Escolher um vestido.
4. Eleger, nomear:
5. Optar
ficar
[Do lat vulg *figicare, freq de figere]
[Do lat vulg *figicare, freq de figere]
1. Conservar-se em algum lugar;
estacionar.
2. Permanecer em tal ou qual
situação ou disposição de espírito
3. Não dar mais um passo;
deter-se
4. Estar situado
Eu escolhi ficar!
“É
abrindo a gaiola que o canário vê que não quer sair”
Olha, nunca fui de fugir da raia. Pelo contrário: com raras exceções (a maioria amorosa), sempre me joguei em tudo na vida. Acredito piamente que o que tem que ser feito tem que ser feito, independente da minha vontade, e sempre que tentei escapar dessas situações fui pega pelos ombros pelo Desígnio e colocada novamente na trilha.
Aprendi à força o “amor fati”, que significa, em latim,
“amor ao fado/destino”, e que de um caminho que é nosso não temos subterfúgio.
Obviamente poucas das nossas sendas são estas rijas, e existe o livre arbítrio
para a imensa maioria das estradas que marchamos. Resumindo: acredito que, se
chegarmos a uma bifurcação, podemos escolher livremente entre ir pela direita
ou pela esquerda, mas se tivermos, por algum motivo divino, kármico, evolutivo,
ou nenhum desses, que ir pela esquerda, não adianta fugirmos para a direita que
sempre haverá uma viela, volta, atalho ou placa enorme colocando-nos à esquerda
para que passemos invariavelmente por certas situações. Minha vida tem seguido
esta regra, à risca, por tempo demais para que eu acredite em casualidade ou
sorte.
Ao ser aprovada, contra as minhas expectativas, num suado
concurso de residência médica em São Paulo, me encontrei num dilema. Já me
mudei inúmeras vezes, sem grandes receios, de cidade, de casa, de decisões, de
status de relacionamento, de universidade, de planos para o futuro, de gostos
pessoais... Mas desta vez senti que não deveria. Não foi um pressentimento
celestial; não ouvi a voz de Deus ou algo do tipo, a escolha foi bem racional,
inclusive, e um tanto intuitiva. Os fati
anteriores foram muito mais inexplicáveis, contundentes e irrecusáveis, o que torna
esta opção apenas uma oportunidade, uma reflexão.
Apesar de me sentir um tanto solitária, caseirinha, eventualmente
ter meus dias melancólicos, estar a mais de mil quilômetros do meu núcleo
familiar primário e vez ou outra molhar o travesseiro com lágrimas e saudade...
Eu escolhi ficar! Ficar para ver dar certo no Rio de Janeiro, onde estou há
sete anos; ficar para estreitar meus laços de amizade, crescer como pessoa e
mulher, e aqui arraigar minha vida; ficar para a informalidade e benevolência
guanabarinas, raridades no meu estado de origem; ficar para ter como quintal a
praia e perfume a maresia, por menos que faça usufruto nos dias escaldantes.
Ficar, afinal, por opção.
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